Case #02742006NY File#01
25/05/06 0530 – Já seguia para o endereço do crime. Meus superiores disseram-me que houvera um homicidio perto do Central Park, em um daqueles prédios antigos que só morava gente podre de rica. Não me passaram nenhum detalhe, e nem entendo porque a NYPD (New York Police Department) repassou esse caso para nós. Ao entrar na 5ª Avenida, já podia ver a movimentação, o quarteirão a frente do prédio, estava fechado. Podia ver uns seis carros da policia lá. Identifiquei-me quando aproximei, e abriram passagem, tirando as barreiras do caminho. Parecia que eu era o único federal por ali.
Desci do carro, e caminhei pro prédio. Percebi, ao lado da escadaria, um policial apoiando outro, que estava com uma péssima cara. Devia ter comido algo muito podre, pensei... Nenhuma marca nos corredores, e segui até o elevador. Era um prédio de três andares, e apenas um dono, a vitima. Um policial estava saindo dele, olhou-me, e indagou se eu era federal. Respondi que sim, e ele me indicou ir ao ultimo andar, outro federal estava lá, e também o corpo, se eu tivesse estomago para vê-lo. Entrei no elevador, pensando o que ele queria dizer quanto à “Ter estomago para ver”.
Quando as portas se abriram, pude ver um policial sentado no chão, com a cabeça baixa, e uma poça de vômito poucos passos antes dele, continuei seguindo o corredor, observando os detalhes. O carpete, negro, estendia-se do elevador até a única porta, dupla de uma madeira escura, mogno provavelmente. Alguns quadros decoravam a parede, que era de um tom acinzentado, bem claro. Uma das portas estava aberta, e eu podia ver a movimentação dentro do apartamento... Peritos andavam de um lado para o outro, examinando móveis, tirando impressões digitais, e usava pouca luz no ambiente, apenas a luz amarelada de um abajur ao que podia ver de fora.
Quando cheguei à porta, pude ver meu superior saindo de lá, cobrindo os lábios com um lenço. Ele me fitou com aquele olhar sério dele, olhar que colocava calafrios em praticamente todo o departamento. O que aqueles olhos já haviam visto em mais de 30 anos de serviço? E seja lá o que eu estivesse metido agora, era grande... Muito grande afinal, ele o Diretor do escritório do FBI de NY estava naquela cena do crime. Robert A. Sanders.
— Agente Nolan, — a voz dele saia como uma farpa de gelo, de tão fria — Esse não é mais uma brincadeira do DEA, e o coloquei nesse caso, pois é o único que acho capaz de cuidar dele. — O QUE? Ele me achava capaz de um caso... E ainda um caso GRANDE assim?! Se não fosse Robert A. “Coração de Pedra” Sanders, com certeza eu teria feito algum tipo de comemoração, muito, mas muito indiscreta.
—Senhor... — calei-me por um momento, tentando encontrar as palavras certas — do que estamos exatamente falando?
—Entre e veja agente. Espero que tenha estomago forte. Voltarei ao escritório, veja o que consegue descobrir com a ajuda dos peritos.
E em passos largos, ele seguiu por aquele corredor negro, sem olhar para trás, nem sair do padrão da caminhada, por nenhum momento. Olhei para dentro, vi uma bela e luxuosa sala de visitas, e entrei no apartamento. Era gigantesco, o meu comparado a esse era no máximo uma quitinete! Colocava as luvas enquanto andava pela sala, passando por uma estante, dando uma olhada nos títulos dos livros. A maioria eram livros sobre biologia, e alguns sobre Criptozoologia. Tomei nota daquela palavra, iria pesquisar o que era. Um dos peritos passou por mim, e eu perguntei onde estava o corpo. Ele me indicou uma porta no fim do corredor, e segui até ela. A porta estava encostada, e abri a porta, lentamente.
Aquela cena, o estado do corpo, me abalou... Senti meu estomago revirando-se todo, gritando para sairmos dali. As mãos do homem, que aparentava seus 60 anos de idade, haviam sido cortadas, e estavam jogadas, a uns 2 metros dele. O abdômen estava cortado, com os órgãos internos expostos. Ele estava nu, no chão, e o sangue formava um circulo envolta dele, já quase todo coagulado. Para melhorar o ambiente, já insuportável, havia também o cheiro, cobri o nariz e a boca com um pano, enquanto fechei a porta. Que merda era aquela?! Aproximei-me de um perito querendo algum relatório preliminar.
—Bem... – ele olhou para meu crachá, e voltou ao que dizia — Agente Nolan. Não há sinal de arrombamento na casa, e conseguimos poucas digitais pela casa. Pelo estado do corpo, deve ter morrido há dois dias. Havia um livro sobre a cama, com algumas paginas arrancada. Era um manuscrito, provavelmente um diário, ou alguma tese nova. Já foi levado para analise.
Após o rápido relato, perguntei sobre quem havia achado o corpo, e como sempre, havia sido a empregada, que chegou para a limpeza e o encontrou. No momento ela esta no hospital, entrou em estado de choque pouco depois que telefonou. Pediram para esperar que o senhor chegasse antes de levarmo-lo para o necrotério. Podemos retirar o corpo? Assenti com a cabeça, e ele afastou-se, parando em seu caminho, dizendo que o relatório seria enviado diretamente para minha mesa. Percebi que não teria mais nenhuma utilidade naquele lugar, e sai do prédio... Como o tempo voou! Já eram quase 7 da manhã...
0700 – Ao chegar à rua, o bloqueio policial já era menor, e alguns curiosos se amontoavam na calçada do Central Park, curiosos. Dentre todos os rostos, fixei o olhar em um. Uma jovem mulher, algo em torno de 22 anos... Loira, com olhos azuis... Não entendi como no meio de tantas pessoas, ela ainda chamava tanto a minha atenção. Como se percebesse o meu olhar, ela saiu da multidão, dirigindo-se para o parque. Naquele momento, tudo que tinha a fazer, era voltar ao escritório, e esperar.
Sentia que o dia seria longo, e ainda era apenas 7 horas...
Desci do carro, e caminhei pro prédio. Percebi, ao lado da escadaria, um policial apoiando outro, que estava com uma péssima cara. Devia ter comido algo muito podre, pensei... Nenhuma marca nos corredores, e segui até o elevador. Era um prédio de três andares, e apenas um dono, a vitima. Um policial estava saindo dele, olhou-me, e indagou se eu era federal. Respondi que sim, e ele me indicou ir ao ultimo andar, outro federal estava lá, e também o corpo, se eu tivesse estomago para vê-lo. Entrei no elevador, pensando o que ele queria dizer quanto à “Ter estomago para ver”.
Quando as portas se abriram, pude ver um policial sentado no chão, com a cabeça baixa, e uma poça de vômito poucos passos antes dele, continuei seguindo o corredor, observando os detalhes. O carpete, negro, estendia-se do elevador até a única porta, dupla de uma madeira escura, mogno provavelmente. Alguns quadros decoravam a parede, que era de um tom acinzentado, bem claro. Uma das portas estava aberta, e eu podia ver a movimentação dentro do apartamento... Peritos andavam de um lado para o outro, examinando móveis, tirando impressões digitais, e usava pouca luz no ambiente, apenas a luz amarelada de um abajur ao que podia ver de fora.
Quando cheguei à porta, pude ver meu superior saindo de lá, cobrindo os lábios com um lenço. Ele me fitou com aquele olhar sério dele, olhar que colocava calafrios em praticamente todo o departamento. O que aqueles olhos já haviam visto em mais de 30 anos de serviço? E seja lá o que eu estivesse metido agora, era grande... Muito grande afinal, ele o Diretor do escritório do FBI de NY estava naquela cena do crime. Robert A. Sanders.
— Agente Nolan, — a voz dele saia como uma farpa de gelo, de tão fria — Esse não é mais uma brincadeira do DEA, e o coloquei nesse caso, pois é o único que acho capaz de cuidar dele. — O QUE? Ele me achava capaz de um caso... E ainda um caso GRANDE assim?! Se não fosse Robert A. “Coração de Pedra” Sanders, com certeza eu teria feito algum tipo de comemoração, muito, mas muito indiscreta.
—Senhor... — calei-me por um momento, tentando encontrar as palavras certas — do que estamos exatamente falando?
—Entre e veja agente. Espero que tenha estomago forte. Voltarei ao escritório, veja o que consegue descobrir com a ajuda dos peritos.
E em passos largos, ele seguiu por aquele corredor negro, sem olhar para trás, nem sair do padrão da caminhada, por nenhum momento. Olhei para dentro, vi uma bela e luxuosa sala de visitas, e entrei no apartamento. Era gigantesco, o meu comparado a esse era no máximo uma quitinete! Colocava as luvas enquanto andava pela sala, passando por uma estante, dando uma olhada nos títulos dos livros. A maioria eram livros sobre biologia, e alguns sobre Criptozoologia. Tomei nota daquela palavra, iria pesquisar o que era. Um dos peritos passou por mim, e eu perguntei onde estava o corpo. Ele me indicou uma porta no fim do corredor, e segui até ela. A porta estava encostada, e abri a porta, lentamente.
Aquela cena, o estado do corpo, me abalou... Senti meu estomago revirando-se todo, gritando para sairmos dali. As mãos do homem, que aparentava seus 60 anos de idade, haviam sido cortadas, e estavam jogadas, a uns 2 metros dele. O abdômen estava cortado, com os órgãos internos expostos. Ele estava nu, no chão, e o sangue formava um circulo envolta dele, já quase todo coagulado. Para melhorar o ambiente, já insuportável, havia também o cheiro, cobri o nariz e a boca com um pano, enquanto fechei a porta. Que merda era aquela?! Aproximei-me de um perito querendo algum relatório preliminar.
—Bem... – ele olhou para meu crachá, e voltou ao que dizia — Agente Nolan. Não há sinal de arrombamento na casa, e conseguimos poucas digitais pela casa. Pelo estado do corpo, deve ter morrido há dois dias. Havia um livro sobre a cama, com algumas paginas arrancada. Era um manuscrito, provavelmente um diário, ou alguma tese nova. Já foi levado para analise.
Após o rápido relato, perguntei sobre quem havia achado o corpo, e como sempre, havia sido a empregada, que chegou para a limpeza e o encontrou. No momento ela esta no hospital, entrou em estado de choque pouco depois que telefonou. Pediram para esperar que o senhor chegasse antes de levarmo-lo para o necrotério. Podemos retirar o corpo? Assenti com a cabeça, e ele afastou-se, parando em seu caminho, dizendo que o relatório seria enviado diretamente para minha mesa. Percebi que não teria mais nenhuma utilidade naquele lugar, e sai do prédio... Como o tempo voou! Já eram quase 7 da manhã...
0700 – Ao chegar à rua, o bloqueio policial já era menor, e alguns curiosos se amontoavam na calçada do Central Park, curiosos. Dentre todos os rostos, fixei o olhar em um. Uma jovem mulher, algo em torno de 22 anos... Loira, com olhos azuis... Não entendi como no meio de tantas pessoas, ela ainda chamava tanto a minha atenção. Como se percebesse o meu olhar, ela saiu da multidão, dirigindo-se para o parque. Naquele momento, tudo que tinha a fazer, era voltar ao escritório, e esperar.
Sentia que o dia seria longo, e ainda era apenas 7 horas...
3 Comments:
Local sem arrombamentos... corpo em decomposição... Sangue coagulado e principlamente.. órgãos retirados do corpo e mãos amputadas.
Muitas coisas podem fazer as almas mais sensíveis revirarem o estômago e você está apenas começando a trilhar um caminho que nunca terá volta. Nunca há. Mas não se deixe intimidar e lembre-se principalmente da moça que chamou a atenção acima de todo o Caos existente no lugar. Estas são ótimas pistas. Mas você ainda há de ver muitas coisas e quanto mais você ver, mais sua alma ficará insensível. Bem vindo ao mundo real.
nem li
abraços
eu li.
abraços.
HAUEHWOHEWHEIAE
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